Gabe Newell é um dos principais nomes da indústria dos jogos, e recentemente co-fundador e presidente da Valve deu uma entrevista falando sobre o futuro dos games, mais especificamente, sobre interagir com o jogo através de impulsos do cérebro. Na entrevista para o jornal 1 News da Nova Zelândia, ele fala sobre o trabalho da Valve na área de BCIs, uma interface que ligaria o cérebro do usuário a um computador, tanto para jogar como para outras aplicações.
Headset de realidade aumentada Cognixion ONE pode ajudar quem...
Ele é voltado para pessoas com problemas como Paralisia Cerebral e Esclerose lateral amiotrófica (ALS)
Durante a entrevista, Gabe admite que a ideia possa parecer bastante “ficção científica”, mas que os desenvolvedores estariam cometendo um “erro bobo” em ignorar a área. Para fazer isso acontecer, a Valve já está trabalhando com headsets OpenBCI para criar um software de código aberto, visando facilitar a vida dos desenvolvedores em entender os impulsos cerebrais.
Com base nas leituras dos sinais do cérebro do jogador, será possível do jogo ajustar algumas variáveis da gameplay, como aumentar a dificuldade, caso a tecnologia perceba que o jogador está ficando entediado. Mas os planos do Gabe vão além disso, na entrevista ele afirma que quer fazer com que o headset não apenas perceba os sinais do cérebro do jogador, mas que também envie esses sinais de volta para o usuário.
Créditos: 1 News - Mike Ambinder/Valve Corporation
Ele afirma que atualmente os jogadores estão presos a limitações do corpo físico enquanto jogam, mas uma interface BCI poderia aumentar e muito as possibilidades. “O mundo real parecerá plano, sem cor, embaçado em comparação com as experiências que você poderá criar no cérebro das pessoas”, afirmou Gabe Newell.
A tecnologia BCI, brain-computer interface, ou interface entre cérebro e computador, é utilizada atualmente para o auxílio de pessoas com certas limitações motoras. Através dessa tecnologia, essas pessoas podem controlar máquinas e se comunicarem através dos sinais cerebrais.
Headset de realidade virtual da Apple deve chegar em 2022 com...
Design geral do dispositivo deve usar tecido para que ele não fique muito pesado
Um dos pontos destacados pelo CEO da Valve é empregar a tecnologia não apenas para jogos. Segundo ele, uma interface entre cérebro e computador pode ajudar em outras áreas do cotidiano humano, como o sono. “Uma das primeiras aplicações que espero ver é melhorar o sono - dormir se tornará um aplicativo que você executa, onde diz: 'Oh, eu preciso de tanto sono, preciso de tanto REM.'”
A segurança também é outra questão levantada por ele, afinal toda tecnologia é suscetível a erros, problemas, e o mais importante, invasões. Gabe afirmou que essa é uma das suas preocupações, mas não levantou quais medidas de seguranças empregará no aparelho.
Mas apesar de estar bastante contente com o desenvolvimento e pesquisa atual da tecnologia, ela afirma que não espera um lançamento tão cedo. O principal motivo disso é a velocidade em que as pesquisas nessa área está avançando, fazendo com que qualquer aparelho que seja lançado corra o risco de já chegar desatualizado no mercado.
Fonte: Adrenaline, The Verge