Leitura Rápida
- Mesmo com lucros apresentados em seus relatórios trimestrais, gigantes de tecnologia desvalorizaram na última sexta-feira, 31 de outubro
- Temor pelas eleições, crescimento de casos de COVID e fatores internos explicam o desempenho negativo
- Expectativa para o setor é negativa seja com Trump ou Biden
O pregão da última sexta-feira, 30 de outubro, não foi dos mais agradáveis para as gigantes da tecnologia. Apesar de terem apresentado resultados positivos em seus balanços trimestrais, elas perderam US$ 258,5 bilhões em valor de mercado no dia.
Pode parecer uma ação irracional por parte dos investidores, mas uma série de motivos torna compreensível a venda aceleradas desses papéis.
Dentre eles podemos citar o aumento recorde de casos de coronavírus, a apreensão com as eleições presidenciais nos EUA, temores por regulações vindas do governo federal e também fatores específicos de cada empresa.
(Créditos: MIichael Nagle/Bloomberg)
O índice S&P 500, que agrega as 500 principais companhias listadas nos EUA, caiu cerca de 1,21%, fechando a pior semana desde a quebra de março.
A queda foi puxada justamente pelas empresas de tecnologia, já que Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google já correspondem a 23% do valor de mercado do índice. Confira a cotação de algumas das empresas de tecnologia na última sexta-feira:
- Alphabet: US$ 1.621,01 (3,43%)
- Amazon: US$ 3.033,68 (-5,52%)
- Apple: US$ 108,86 (-5,60%)
- Facebook: US$ 263,11 (-6,31%)
- Microsoft: US$ 202,47 (-1,10%)
- Twitter: US$ 41,36 (-21,11%)
Destaca-se a relevância de fatores internos às empresas no desempenho das ações. O Twitter, por exemplo, perdeu mais de 1 quinto de seu valor de mercado após relatórios indicarem crescimento no número de usuários em um ritmo preocupantemente lento.
A Apple, por sua vez, apresentou a maior queda em 2 anos no volume de vendas de Iphone, seu principal produto. Enquanto isso, o Facebook espera que 2021 seja mais difícil com as mudanças de plataforma, possíveis novas regulações e desaceleramento do comércio online.
A Amazon parece ter sido a mais afetada pelo aumento no número de novos casos de COVID 19. Os custos na distribuição de mercadorias aumentou de maneira significante durante a pandemia e a perspectiva de manutenção desse status reduz a perspectiva de lucros futuros.
E a perspectiva pós eleições não parece das melhores. A Reuters publicou na última quinta-feira um artigo apontando a visão dos investidores do setor para as políticas esperadas de ambos os candidatos, e há um aparente consenso de que ambos dificultarão a vida destas empresas.
Seja Trump ou Biden o presidente a partir de 2021, avalia-se que as regulações tendem a ser mais rígidas com os monopólios formados pelas gigantes de tecnologia.
Também é esperado um novo pacote de estímulo, o que pode direcionar a economia para setores mais tradicionais como a construção civil.
Fonte: Infomoney, Reuters