Ontem, 21 de setembro, o Tribunal Superior do Trabalho aprovou um reajuste de 2,6% aos funcionários dos Correios; o reajuste solicitado, no entanto, era de 5%. O TST determinou também o retorno das atividades a partir desta terça (22), sob pena de R$ 100 mil por dia.
A decisão do Tribunal ainda decidiu que a greve, cujo início se deu em 17 de agosto, não foi abusiva. Devido a isso, metade dos dias parados deverão ser compensados e a outra metade será descontada do salário dos trabalhadores.
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Entretanto, segundo apuração do site UOL, os funcionários não ficaram satisfeitos. José Rivaldo, o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa dos Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) encaminhou uma mensagem aos sindicatos recomendando-os a manter a greve.
"Não podemos permitir esse ataque, que representa a retirada de até 40% da remuneração dos trabalhadores em meio à pandemia que assola todo o mundo", disse Rivaldo. De acordo com a Fentect, devem ocorrer Assembleias estaduais para decidir sobre a situação.
Uma das principais reivindicações da greve configurava no mantimento dos benefícios sociais. A empresa pretendia retirar mais de 70 cláusulas que estabeleciam direitos concedidos ao longo de 35 anos.
O resultado foi que nove itens, que a estatal já havia aceitado, serão mantidos. Além desses, mais 20 cláusulas que versam sobre benefícios sociais continuam valendo.
Houve também uma alteração no texto da cláusula que trata do plano de saúde e vale-alimentação. Antes, a redação afirmava que a empresa "poderia" conceder o benefício. Agora, a estatal "deve" garantir.
Entre as alterações, consta a remuneração de férias e a licença-maternidade. O adicional pelo período de férias passa de 2/3 do salário para 1/3. De acordo com os Correios, essa mudança vai gerar uma economia de mais de R$ 600 milhões ao ano. Já a licença diminui de 180 dias para 120 dias.
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A relatora do caso, Kátia Arruda, chegou a propor um acordo no dia 11 de setembro. Embora os funcionários tenham demonstrado interesse, a estatal não fez o mesmo.
Em entrevista ao UOL, Floriano Peixoto, presidente dos Correios, declarou que a proposta de extinção dos 79 benefícios representaria uma economia anual de R$ 800 milhões.
Segundo ele, a estatal possui um déficit de R$ 2,4 bilhões, e apesar dos resultados positivos nos últimos anos, a expectativa é de saldar a dívida o quanto antes.
Fonte: UOL