Durante muito tempo a informação era de que a Terra se formou perto do Sol e seca, levava todo mundo a crer que a origem da água em nosso planeta aconteceu mais adiante na história, vinda através das chuvas de asteroides e cometas. Mas os cientistas terão que rever esse conceito com a nova teoria realizada pelos pesquisadores do Center de Recherches Petrographiques et Geochimiques, da universidade de Universite de Lorraine, em Nancy, na França.
A pesquisa publicada no dia 28 de agosto na Science, analisou 13 tipos diferentes de condrito estatita, uma classe de meteorito conhecido por ser semelhantes aos que se fundiram para formar a Terra.
O estudo propõem que esse tipo de meteorito contém hidrogênio suficiente para fornecer pelo menos três vezes a quantidade de água nos oceanos da Terra. Sugerindo que o nosso planeta possa ter surgido bem úmido.
"Material contendo hidrogênio estava presente no sistema solar interno na época da formação do planeta rochoso, embora as temperaturas fossem muito altas para que a água condensasse", disse a autora principal do estudo, Laurette Piani, pesquisadora do Center de Recherches Petrographiques et Geochimiques, em comunicado.
Segundo a Anne Peslier, pesquisadora do Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston, no seu artigo “Perspectivas”, publicado na mesma edição da Science, afirma que a pesquisa:
"argumenta de forma convincente que a água pode vir de condritos enstatitas"
Mas a pesquisadora da Nasa observou sobre a questão de quando a água apareceu nos solo terrestre, e como isso ainda deixar uma dúvida. Não fica claro se a maioria da água presente atualmente no planeta é de origem do condrito estatita. Pois, caso o surgimento da água tivesse acontecido tão cedo, ela teria sido fervida pelas enormes chuvas de asteroides e cometas que o planeta sofria ou pelo formação de oceanos de magma.
Isso faz com que a nova teoria ainda não descarta a possibilidade da água, atualmente presente na terra, ter sido formada também pelos asteroides ou cometas. Pois ambas podem ter surgido e estarem presentes na planeta.
Peslier se animou sobre essa nova descoberta, "No entanto, o trabalho dos autores traz um elemento crucial e elegante para esse quebra-cabeça”.
Agora essa teoria se agrega ao debate de como a Terra e a vida que conhecemos se formou. E como tudo na ciência, nada pode ser dado como certeza absoluta e novos capítulos dessa história ainda surgirão.
Fonte: Space