Enviar um observatório para o espaço é normalmente é algo que precisa de um foguete. Para o observatório ASTHROS da NASA, a agência espacial criou uma estratégia totalmente diferente para levar seu hardware ao espaço: um balão estratosférico muito grande.
O ASTHROS — sigla em inglês para Telescópio Estratosférico de Astrofísica para Observações de Alta Resolução Espectral em Comprimentos de Onda Submlímetro — inclui diversos instrumentos de alta tecnologia para observar o espaço, mas primeiro ele precisa ser levado ao espaço.
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Para que isso aconteça, o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA está projetando um balão que com uma largura de cerca de 150 metros, quase o tamanho de um campo de futebol. Este balão levará o ASTHROS para uma altitude de cerca de 40km. Embora o balão fique abaixo da altitude da linha de Kármán, que é de 100km e considerada como o limite entre a Terra e o espaço, ele estará alto o bastante para observar comprimentos de onda de luz bloqueados pela atmosfera terrestre.
A missão verá o balão carregar o observatório ao redor do Polo Sul, onde ele poderá analisar o espaço, usando seus instrumentos infravermelhos para capturar a luz e fazer novas observações. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA acredita que o balão será capaz de manter o hardware em grande altitude por até 28 dias.
"Acho que já é entendido que o feedback estelar é o principal regulador da formação de estrelas ao longo da história do universo", disse Jorge Pineda, principal pesquisador do ASTHROS no Laboratório de Propulsão a Jato, em comunicado. "Simulações computacionais da evolução das galáxias ainda não conseguem replicar a realidade que vemos no cosmos. O mapeamento de nitrogênio que faremos com o ASTHROS nunca foi feito antes, e será emocionante ver como essas informações ajudam a tornar esses modelos mais precisos".
A Nebulosa Carina será um dos quatro alvos principais do ASTHROS - Ele estudará o feedback estelar nesta
região, processo pelo qual as estrelas influenciam a formação de mais estrelas em seu ambiente
(Reprodução/NASA/ESA/N. Smith (University of California, Berkeley)/Hubble Heritage Team (STScI/AURA))
Quando a missão terminar, a equipe irá separar o remotamente balão da gôndola segurando o hardware do ASTHROS. Quando a gôndola se soltar, um paraquedas será ativado para fornecer ao hardware sensível um pouso relativamente macio. Os cientistas então recuperarão a máquina e farão quaisquer reparos ou mudanças que sejam necessárias antes de enviá-la de volta ao céu novamente.
O lançamento da missão ASTHROS está previsto para dezembro de 2023.
Timelapse com o lançamento do Observatório Estratosférico Terahertz II (STO-2), uma missão de astrofísica
da NASA, na Antártida em 2016 - Missões com balões de alta altitude oferecem a oportunidade
de observar comprimentos de onda de luz que são bloqueados pela atmosfera da Terra
(Reprodução/NASA/JPL-Caltech)