Encontrar novos planetas no espaço não é tão difícil quanto costumava ser, mas isso não significa que não seja um desafio. Instrumentos de alta tecnologia como o Telescópio Espacial Kepler da NASA forneceram aos pesquisadores muitos dados que podem ser analisados em busca de novas descobertas. A estudante da Universidade da Colúmbia Britânica Michelle Kunimoto, de 26 anos, fez exatamente isso e acabou descobrindo 17 novos planetas.
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Kunimoto, uma candidata ao Doutorado, é a principal autora de um novo artigo publicado no The Astronomical Journal que descreve os 17 novos planetas. Não sabemos muito sobre eles, mas pelo menos um é aproximadamente do tamanho da Terra, e acredita-se que seja rochoso, assim como nosso próprio planeta.
Muitos dos 17 planetas são bem grandes e acredita-se que sejam principalmente gasosos. Há muitos planetas gasosos no espaço, mas encontrar mundos menores e rochosos tem se mostrado mais difícil para os astrônomos.
O planeta agora batizado como KIC-7340288 b é quase do tamanho da Terra e está na chamada zona “Goldilocks” de sua estrela, o que significa que pode estar quente o suficiente em sua superfície para suportar água líquida.
Michelle Kunimoto
Ela descobriu os planetas após analisar dados da missão Kepler, da NASA, que terminou em 2018. No caso de KIC-7340288 b, um ano neste planeta leva cerca de 142,5 dias terrestres, e sua órbita é ligeiramente maior do que a de Mercúrio ao redor do nosso Sol. Ele recebe um terço da luz que nosso próprio planeta recebe do Sol.
As descobertas foram feitas usando uma técnica que se tornou popular entre os caçadores de exoplanetas, em que a luz de uma estrela é monitorada constantemente para detectar mudanças em seu brilho. Quando o brilho de uma estrela desaparece temporariamente, isso indica algo passando na frente dela, do ponto de vista da Terra. Essas passagens, chamadas trânsitos, podem dizer muito aos astrônomos sobre os objetos orbitando uma estrela.
Detalhes como quanto tempo o planeta leva para completar uma órbita e quanta luz ele bloqueia à medida que passa na frente da estrela oferecem pistas de seu tamanho e órbita. Os astrônomos podem fazer algumas suposições com base nesses dados, e assim conseguir uma imagem mais clara dos corpos celestes.
Os tamanhos dos 17 novos planetas, vistos em laranja na imagem, são comparados com representações
colorizadas de Marte, Terra e Netuno. O planeta verde é KIC-7340288 b, que está na zona habitável de sua estrela
Muitos dos outros planetas que Kunimoto descobriu são significativamente maiores que a Terra - até oito vezes. Embora a missão Kepler tenha terminado em 2018, os dados coletados durante nove anos pela nave caçadora de planetas alimentarão as pesquisas dos astrônomos nos próximos anos. Uma vez no espaço, ela monitorou a mesma região do céu por anos, permitindo que os astrônomos procurassem por exoplanetas ao redor de estrelas.
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Durante sua missão, Kepler possibilitou a descoberta de 2.899 candidatos a exoplanetas e de 2.681 exoplanetas confirmados em nossa galáxia, revelando que nosso sistema solar não é o único lar para planetas.
A missão Kepler também permitiu que os astrônomos descobrissem que 20% a 50% das estrelas que podemos ver no céu noturno provavelmente terão planetas pequenos, rochosos e do tamanho da Terra dentro de suas zonas habitáveis - o que significa que a água líquida poderia se agrupar na superfície, e a vida como sabemos poderia existir nestes planetas.
O artigo de Michelle Kunimoto publicado no The Astronomical Journal pode ser visto aqui.
Fonte: TweakTown, BGR, CNN