A chegada da 5G no Brasil está dando dor de cabeça há algum tempo, e o governo decidiu recentemente que a nova geração de conexão sem fio poderá conviver com o sinal das antenas parabólicas. No meio rural, a TV aberta chega às pessoas através da banda C, e o sinal 5G na faixa de 3,5 gigahertz (GHz) poderia estar nessas mesmas áreas.
Essa decisão será divulgada oficialmente através de uma portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - que deve ser publicada em janeiro de 2020. A Anatel está esperando esse "aval" para acelerar a construção do edital que deve orientar a venda de licenças da 5G. O leilão está previsto para o segundo semestre do ano que vem e incluirá licenças da conexão 5G em 26GHz, 3,5 GHz, 2,3 GHz e 700 megahertz (MHz).
A coexistência entre o sinal 5G de 3,5 GHz e das antenas é defendida pelas operadoras de telecomunicações como a solução ideal, já que evitaria a interferência com um custo reduzido. Essa opção giraria em torno dos R$4555,7 milhões, segundo estimativas do SindiTelebrasil, e "cobriria somente o custo de substituição de antenas utilizadas pela população de baixa renda inscrita no programa Bolsa Família e a instalação de filtros anti-interferência".
Outra possibilidade seria a migração dos canais de TV aberta da banda C para a Ku. Nesse cenário, seria preciso substituir as antes no meio rural brasileiro e usar outro sinal de satélite. Isso subiria os custos até R$7,7 bilhões.
A Abert e Abratel não estão felizes com os limites impostos sobre a Anatel
É esperado que a venda de licenças 5G movimente cerca de R$20 bilhões. De acordo com o Valor Econômico, os recursos viriam do pagamento de outorgas e de investimentos em novas redes.
"Todo o dinheiro do leilão, inclusive o que resolverá a convivência das parabólicas com 5G, sairá do bolso das teles, mas é considerado recurso público." - Trecho da publicação do Valor Econômico.
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De acordo com Vitor Menezes, secretário de Telecomunicações do ministério, a Anatel só poderá definir algo diferente do indicado pela portaria se comprovar a incapacidade dos sinais conviverem em um mesmo local. Em paralelo, a Abert e Abratel, entidades que representam as maiores emissoras de TV aberta do Brasil, não estão muito satisfeitas com o andar das coisas. Por elas, a Anatel teria total liberdade para escolher soluções do ponto de vista técnico.
Fonte: Valor Econômico