Faz quase um mês que a Apple suspendeu as parcerias com terceirizados que escutavam conversas da Siri sem autorização para melhorar o serviço. E parece que a quantidade de gravações armazenadas era considerável; de acordo com uma recente reportagem do The Irish Examiner, funcionários eram encarregados de escutar até mil conversas diariamente.
Cada interação com a assistente pessoal era transcrita e avaliada com base na qualidade do serviço, e se houve algum problema no software, como ativações acidentais. “Eram apenas alguns segundos e ocasionalmente ouvíamos pequenas informações pessoais“, afirmou um dos encarregados, que não se identificou.
O funcionário, que teve seu contrato terminado abruptamente, informou que o foco das análises eram em conversas em inglês. “Eu entendia o porquê da empresa estar fazendo esse monitoramento, mas compreendo que muitos vejam como uma quebra de privacidade, já que não foram informados”, confessou o responsável.
A Globotech, firma responsável pelos contratos, foi informada de que os serviços prestados seriam interrompidos imediatamente logo depois que a prática foi revelada pelo The Guardian no mês passado. Mas, a firma não informou quantos funcionários realizavam o monitoramento, e a Apple não disse quanto tempo irá manter as conversas armazenadas.
No começo do mês, em resposta aos questionamentos e reportagens do The Guardian, a assessoria da Apple informou: ” Nós estamos comprometidos em entregar uma ótima experiência com a Siri, enquanto protegemos a privacidade do usuário. Durante o tempo em que conduzimos uma avaliação, nós vamos suspender o monitoramento da Siri mundialmente. Além disso, como parte da atualização do software no futuro, consumidores terão a opção de escolher participar desses monitoramentos”.
A empresa também informou ao The Guardian que as conversas dos usuários não são associadas aos seus IDs da Apple, e a análise é conduzida em espaços seguros, em que os funcionários se comprometem a proteger o conteúdo das gravações. “Fomos obrigados a assinar um acordo de não divulgação, e não podíamos dizer que trabalhávamos para a Apple“, acrescentou o ex-encarregado.
Via: WccFTech, The Irish Examiner
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