Quer comprar uma TV e ainda está em dúvida sobre como escolher um novo modelo? A maioria das pessoas presta muita atenção na qualidade de imagem e áudio, mas particularidades do sistema podem ser o principal ponto para decidir qual SmarTV adquirir.
Antes de usar a TV de verdade, você precisa ligar a TV, iniciar as configurações básicas, conectar com outros dispositivos, navegar na home e buscar o conteúdo. Neste artigo e vídeo, comparamos os sistemas Google TV, Tizen e o WebOS. Nosso comparativo segue os seguintes quesitos:
- Fluidez: Considera a velocidade do sistema, o tempo de resposta de clique e troca de serviços, transições, etc;
- Conteúdo: Considera a loja de aplicativos, em quantidade e qualidade;
- Interface: Considera a facilidade de navegação pelo sistema, curadoria, organização do conteúdo, etc;
- Interação: Considera as diferentes formas de mexer na SmartV, como opções do controle remoto, assistentes de voz, espelhamento de conteúdo, etc;
- Atualização: Considera o suporte e as novas versões do sistema operacional, obsolescência programada, vida útil do software, etc;
- Hub de Casa Inteligente: Considera a compatibilidade com outros dispositivos da marca ou de terceiros, a facilidade de uso, possibilidades de comandos, etc.
Antes das nossas considerações, um breve resumo sobre cada sistema.
Tizen
O Tizen é um sistema operacional lançado em 2012 e desenvolvido pela Linux Foundation em parceria com a Samsung. Desde então, a fabricante coreana usa esse sistema em seus dispositivos vestíveis e também nas Smart TVs.
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WebOS
O WebOS (ou "webos", oficialmente) é um sistema operacional, também baseado em Linux, lançado em 2009 e que pertence à LG Electronics. O sistema foi feito para as Smart TVs da marca, permitindo que o usuário navegue pelas configurações, aplicativos e pelo navegador próprio.
Google TV
Diferente do Tizen e WebOS, o Google TV foi construído com base no Android TV, e traz tecnologias diferenciadas como aprendizado de máquina e Assistente da Google. O sistema chegou aqui no Brasil em 2021 com a proposta de otimizar a interface e o conteúdo das TVs para o usuário. O Google TV está presente em televisores da TCL, Sony, Hisense e outros.
COMPARATIVO
É importante lembrar que nosso comparativo leva em consideração apenas os sistemas executados nas TVs e testes que realizamos no estúdio do Mundo Conectado. Não consideramos outras categorias como qualidade de som e imagem na conclusão. Sugerimos assistir o vídeo acima para maior imersão e entendimento de nossa análise.
TVs que aparecem no vídeo do comparativo:
- TCL C825 65": https://bit.ly/3PKk5Yv
- Samsung QN90B 50": https://bit.ly/3IaSFID
- LG G1 65": https://bit.ly/3Oy1M7D
Fluidez
Consideramos o tempo que o sistema da TV demorou para ligar totalmente e qual o tempo que ele leva para reagir a comandos e trocar de aplicações. Usamos como base, principalmente, os dois principais serviços de streaming no Brasil: Netflix e Prime Vídeo. Em nossos testes, a experiência de navegação foi bem parecida em todas as TVs.
Aqui no Mundo Conectado, já estamos acostumados com aparelhos da LG e Samsung, então já sabemos como funcionam o Tizen e WebOS. A novidade foi testar o Google TV, já que o sistema foi lançado em 2020 e chegou aqui no Brasil em 2021 com a TCL.
Dito isso, a surpresa foi bastante positiva com o Google TV, que foi o vencedor no teste de fluidez — não só porque o sistema é muito fluído, mas também porque não travou em nenhum momento, tem boa interação com o controle e proporcionou uma experiência agradável do início ao fim.
Em segundo lugar, consideramos o Tizen. O sistema está muito legal na versão de 2022, que sai dos menus embaixo da tela e finalmente traz a tela cheia. Como ele divide o conteúdo em diferentes hubs (como de jogos e mídia), leva a medalha de prata nesse quesito.
O WebOs fica em terceiro lugar. Isso porque o sistema demorou para carregar em alguns momentos, além de que conteúdos de parceiros "lagados" acabaram atrapalhando a experiência de navegação.
Melhores sistemas em fluidez, de acordo com nossos testes, respectivamente:
- Google TV
- Tizen
- WebOS
Conteúdo
Neste quesito, a escolha foi difícil. Os três sistemas têm os principais aplicativos do mercado. Entretanto, o Google TV conta com mais de 5 mil apps nativos — e quantidade também reflete qualidade. A biblioteca de apps desse sistema é imensa (como a do universo Android) e inclui diversos jogos compatíveis com a TV, além do serviço de streaming Twitch e Geforce Now para jogos na nuvem.
Tizen e WebOS têm os mesmos aplicativos principais, a diferença é na quantidade. Então, em segundo lugar, colocamos novamente o Tizen, já que ele tem o diferencial do Xbox Cloud Gaming, novidade que chegou nas TVs Samsung de 2022 com todos os jogos da Microsoft.
Melhores sistemas em conteúdo, de acordo com nossos testes, respectivamente:
- Google TV
- Tizen
- WebOS
Interface
Talvez um dos principais quesitos para analisar o sistema da TV, já que ele engloba o design de interface, organização do conteúdo e como ele é distribuído, a facilidade de navegação entre opções, etc.
Nisso, os três sistemas têm abordagens diferentes. Então usamos o conceito de "locadora de vídeo" para basear nosso comparativo. Para quem já teve a experiência de entrar numa locadora, os filmes eram separados por gênero — lançamentos, terror, infantil, comédia, romance, e por aí vai. Essa forma de organização torna a capacidade de escolha mais rápida, em nossa opinião. Se o conteúdo é distribuído por categorias, é mais fácil achar conteúdos similares aos que o usuário gosta.
A Google TV faz isso! Na própria home, ela lista os conteúdos por tipos e gênero, puxando eles de todos os serviços de streaming e agrupando-os na mesma categoria. Então você não precisa entrar em um aplicativo específico para ver o trailer e as informações do filme, já que ele tem um hub dentro da home para essas funções.
Além disso, quando você clica em um conteúdo, o sistema mostra os serviços onde ele tá disponível e também a possibilidade de alugar e comprar pelo Google Filmes — e também temos que ressaltar que os conteúdos mostram a classificação do Rotten Tomatoes, agregador de críticas de cinema e televisão. Sem falar que é possível criar diferentes perfis no sistema, recebendo uma curadoria de conteúdo personalizada para cada pessoa que utiliza a TV, o que torna o Google TV o campeão com vários diferenciais nesse quesito.
Já o Tizen mostra uma curadoria, mas separa os conteúdos por serviços de streaming e não agrega o conteúdo na home.
Enquanto isso, o WebOs tem uma forma muito estranha de conteúdo. Tirando o aplicativo da Netflix que está na home, nenhum conteúdo dessa plataforma fica listado ali na página principal. A marca distribui conteúdos por listas e foca muito em parceiros. Mas isso não faz sentido para o consumidor, além de não ser nada fácil de navegar. Ou seja, ele não trabalha com uma curadoria e é necessário entrar no aplicativo de cada streaming para pesquisar e ver mais filmes.
Melhores sistemas em interface, de acordo com nossos testes, respectivamente:
- Google TV
- Tizen
- WebOS
Interação
É nessa categoria que as coisas mudam, pois aqui devemos destacar o "controle magic" do WebOs. Esse controle funciona como se fosse um mouse, tornando mais fácil inserir senhas, digitar textos, apontar conteúdos na tela e rolar a interface. O sistema da LG tem Miracast para espelhar conteúdos na TV, funcionando muito bem com Android. Além disso, ele traz controle por voz através da Alexa e Google Assistente — e você também pode usar o microfone do controle para navegar pelo ThinQ (sistema de casa integrada inteligente da marca). Outro destaque para o WebOS inclui o Airplay, que funciona muito bem como multitarefa na TV, já que dá pra minimizar o conteúdo compartilhado no iPhone e continuar mexendo no celular.
O Tizen compartilha de quase as mesmas features, mas não tem a forma de mouse no controle. Mesmo assim, ele traz fluidez, sendo uma opção legal para quem não curte o "mouse" do WebOS.
Já o Google TV tem varias funções legais, e a Google Assistente funciona muito bem — como mostramos no vídeo, ela consegue abrir e dar play em um filme dentro da própria Apple TV, abrindo o app diretamente após o comando. Entretanto, ele não não espelha conteúdo com Airplay, o que limita seus diferenciais em relação aos outros sistemas.
Melhores sistemas em interação, de acordo com nossos testes, respectivamente:
- WebOS
- Tizen
- Google TV
Atualização
A atualização é, em nossa opinião, o ponto fraco das marcas. No caso da LG e Samsung, as marcas não fazem a migração do sistema de suas TVs para uma versão superior e atualizada do último ano. Por exemplo, em 2019 a LG lançou o WebOS 4 — essa versão do sistema recebe atualizações até hoje, mas dentro do universo do WebOS 4. Em 2020, veio o WebOS 5, e TVs com a geração anterior (4) não foram atualizadas para o novo sistema. A mesma coisa aconteceu em 2021, com o WebOS 6.
Essa prática também acontece com o Tizen, já que a empresa atualiza o software dentro de sua própria versão, mas nunca atualiza o sistemas das TVs de um ano para o outro. Ou seja, não há um upgrade do aplicativo em questão de geração. O Tizen de 2022, outro exemplo, não chegará para as TVs 2021 — pelo menos, essa é a previsão.
Como o Google TV é um sistema baseado no Android TV, a Google vai liberando atualizações conforme o sistema sofre updates. Ou seja, o usuário sabe que ele seu sistema é baseado na geração mais recente, já que não ele depende do ano em que a atualização está sendo lançada. Mas cabe ao fabricante de TV parceiro (como Sony, TCL, Highsense) trazer essas atualizações de software para o produto e disponibilizar ao consumidor. Mesmo assim, essa proposta é mais interessante para o usuário.
Melhores sistemas em interação, de acordo com nossos testes, respectivamente:
- Google TV
- Tizen e WebOS (empate)
Hub de Casa Inteligente
Algo que muitas pessoas têm levado em consideração na compra de eletrônicos e eletrodomésticos é a opção de controle integrado. Ainda não existe um padrão de mercado onde os softwares funcionam com a grande maioria dos produtos, mesmo se forem da com concorrência. Essa exclusividade dentro das marcas limita muito o consumidor — e é o que a Apple faz com seu ecossistema e muita gente reclama, por exemplo.
Então aqui vamos levar em consideração os sistemas das TVs como um hub por onde o usuário pode controlar todos os dispositivos inteligentes da sua casa. Vários softwares podem ser compatíveis com a TV, e o ThinQ (da LG) é a opção mais fluída e que funciona bem com o WebOS — além de funcionar no aplicativo do celular e também na própria TV. Por conta da facilidade de controle, interface e opções, consideramos o WebOS como o sistema mais integrado desse quesito.
Enquanto isso, o Tizen tem o Smart Things, sistema da Samsung que funciona muito bem, principalmente com dispositivos da marca. Entretanto, nossa experiência com o ThinQ foi melhor.
O Google TV tem um nível baixo de interação, pelo menos na TV em que testamos. Quando exploramos essa opção, o sistema manda redireciona o usuário para o aplicativo da fabricante (nesse caso, o TCL Home). Mesmo tendo parceria com muitas marcas, as opções de integração com o Google TV não chegam no Brasil. Então o usuário acaba ficando vinculado com as preferências da fabricante, e não do sistema.
Melhores sistemas em hub de casa inteligente, de acordo com nossos testes, respectivamente:
- WebOS
- Tizen
- Google TV
Conclusão
Todos os sistemas são muito completos e interessantes, embora alguns se destaquem em categorias diferentes. Algo que nos incomodou muito durante a análise foi o banner na parte superior da interface do WebOS e Tizen — essa parte tira muito espaço livre para explorar conteúdos. Nesse quesito, o Google TV trabalha e interage melhor com o conteúdo, sendo o maior diferencial logo de cara.
O Tizen ficou em segundo lugar em todas as categorias, não sendo o pior nem o melhor em nossa análise. Mas, no fim de tudo, ele acaba se destacando para quem gosta de jogar na TV por conta da exclusividade do Xbox Cloud Gaming. Já o WebOS, que ganhou em duas categorias, deve trazer mais novidades e atualizações quando lançar seu sistema de 2022.
Lembrando que esse comparativo avaliou os sistemas, e não as Smart TVs como um todo. Se avaliássemos a qualidade de imagem, os resultados não seriam os mesmos! É por isso que outros comparativos serão lançados em breve aqui no Mundo Conectado!